quarta-feira, 26 de junho de 2013

ORFEÃO DO CLUBE PORTUGUÊS – segunda parte


    

            A próxima atuação do grupo Orfeão aconteceu em abril de 1933, em Campinas-SP. Foram convidados a realizar um espetáculo beneficente pela comunidade portuguesa daquela cidade. A fama do Orfeão estava correndo pelo interior de São Paulo.
            Seguiram viagem 120 orfeonistas, seus acompanhantes e o maestro Giuseppe Manfredini. Embarcaram no último comboio na estação da Luz na noite de 27 de abril.
            O espetáculo aconteceu no Theatro Municipal de Campinas. Na primeira parte do programa foram executados os hinos do Brasil e Portugal, cantados com muita harmonia. Na segunda parte, figuraram danças, canções, fados, recitativos e cantos, tudo sob a direção da srta. Maria Antônia da Costa. O agrado foi completo, sendo que alguns números foram bisados.
            José Galante, ótimo cantor, e Horácio Rodrigues cantaram lindos fados. A menina Zalir Moraes, declamadora oficial do orfeão, foi bastante elogiada. Albertina Caldas cantou lindamente e foi convidada a se apresentar na Rádio Educadora de Campinas, PRC-9.
            “A segunda parte consistiu em músicas e danças regionais. Levantado o pano, irrompeu na caixa um grupo de rapazes e moças com trajes do Minho, cantando e dançando músicas típicas portuguesas. Muito graciosa, d. Nenê Costa, cantou um desafio com José Galante. (...) Horácio Rodrigues executou fados acompanhados à guitarra por Antônio Pires e ao violão por Santos Moreira”, publicou o Diário de Campinas em 2/5/1933.
            Na última parte da apresentação, o orfeão voltou a cantar em conjunto, foi bisado, com entusiasmo, nas canções Casinha Pequenina e Rapsódia Portuguesa (Nascimento), com arranjos do maestro Manfredini.
            Na manhã seguinte, 30 de abril, defronte ao monumento de Carlos Gomes, os orfeonistas prestaram homenagem ao glorioso maestro, filho de Campinas, depositando uma rica coroa de flores. À tarde, atendendo aos insistentes pedidos, realizaram uma matinê.
            Todos os anos, desde a fundação do Clube em 1920, nunca deixou de ser comemorado, em junho, o Dia de Camões, com exposição de livros, conferências e a presença de altas autoridades. De 1932 a 1936, o grupo regional de danças e o orfeão da entidade, participaram dos festejos camonianos, sempre com destaque.
            Em julho de 1933, o maestro Manfredini, por motivos pessoais, deixou de dirigir o orfeão. Em seu lugar entrou o regente Miguel Izzo, também italiano.
            Em pouco menos de dois anos o Orfeão do Clube Português firmava sua reputação artística e criava fama. Para esse sucesso muito contribuíram os regentes Giuseppe Manfredini e Miguel Izzo.
            A diretoria do Clube Português organizou um piquenique para os membros do orfeão em 27 de agosto de 1933, no clube Aramaçan, em São Bernardo do Campo-SP. A turma tomou um trem especial, às 8 horas, na estação da Luz.
            No mês de outubro de 1933 foram para Santos para novas apresentações.
Segundo o jornal Pátria Portuguesa, existiam na capital paulista quatro centros regionais luso-brasileiros: de Trás-os-Montes, do Douro, do Minho e da Beira. Havia a ideia, por parte do arquiteto Ricardo Severo, de unificar todas estas associações para construírem uma só entidade que seria denominada “Casa de Portugal”.
            Em 6 de julho de 1934, o orfeão se apresentou em uma festa beneficente a Cruz Azul no Theatro Municipal de São Paulo. Seguiram-se dois importantes convites: a  participação do grupo na “Feira de Amostras” no Rio de Janeiro e, em Santos-SP, quando o orfeão foi amplamente festejado pelo público daquela cidade. Miguel Izzo recebeu altos elogiosos pelo seu trabalho como regente. O grupo foi fotografado em diversas poses, como vemos nas fotos incluídas nesta postagem.
As atividades do orfeão permaneceram regulares, com ensaios de novas músicas, até 1936.

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