Essa foi a notícia sensação publicada no Diário da Noite, de 12/1/1934. A capital bandeirante passou a contar desde então (e atualmente também) com mais uma biblioteca de rico acervo:
"A Biblioteca Portuguesa de São Paulo
constitui um dos mais expressivos patrimônios da colônia lusitana desta
capital. Fundada pelo Clube Português, a que pertence, conta apenas dez anos de
existência e numerosas obras raras, de grande valor para estudiosos e bibliófilos.
É uma das mais ricas e talvez a mais completa das bibliotecas particulares da
capital.
Não cogitaram seus organizadores de
adquirir apenas obras portuguesas.
Embora a biblioteca possua coleções
completas dos maiores autores portugueses, a começar nas trovas e cantares
acompanhando, século por século, a expansão do pensamento e das formas
literárias em Portugal, os grandes autores estrangeiros encontram-se ali
também, em edições, por vezes, ricas e raras. Assim acontece com Cervantes, La
Sage, Ariosto, Dante, Petrarca, Rabelais, Ronsard, Shakespeare, cujas as obras
se acham reunidas em edições de luxo.
Em 1930, o Clube Português resolveu
tornar pública a frequência da sua rica biblioteca. Depois das 14 às 16 horas,
a toda pessoa que quisesse consultar os seus volumes bastaria tomar o elevador
do clube, que a conduziria ao 3º andar, onde se encontra instalada a
biblioteca.
A dificuldade de se encontrarem em
São Paulo as obras mais recentes dos escritores lusos de renome, bem como as
edições de Coimbra, de poetas e cronistas anteriores a 1600, fez com que
começasse a frequentar a Biblioteca Portuguesa de S. Paulo elevado números de
estudiosos.
E agora, o governo português, em
face do sucesso alcançado e premiando o esforço despendido, acaba de considerar
a Biblioteca Portuguesa de São Paulo de utilidade pública.
E essa designação constitui o melhor
prêmio e muito concorrerá para ao desenvolvimento da biblioteca, pois, de
acordo com as leis portuguesas, de todas as publicações feitas na antiga
metrópole deverá ser enviado um exemplar".
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