segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gabriel Gonzaga apresenta "Acaso" no IHGSP e na Casa de Portugal




O jovem músico e pesquisador musical, Gabriel Gonzaga, estará em São Paulo nos próximos dias 30 de novembro e 8 de dezembro para apresentar para o público paulista seu novo CD "Acaso".

O primeiro espetáculo acontecerá no dia 30/11, às 10 horas, na Sala de Artes Paulistanas, no Instituto Histórico e Geográfico SP, com o apoio de Mário Albanese, que fará uma participação especial.

Em 8 de dezembro, às 17 horas, será a vez da apresentação no auditório da Casa de Portugal. Desta feita, com o apoio e colaboração da Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira. A cantora Denise Duran, irmã da saudosa e talentosa Dolores Duran, fará uma intervenção exclusiva.
Ambas as apresentações terão entrada gratuita.
Gabriel Gonzaga é paulistano. Teve seu interesse despertado pela música aos 12 anos, época em que começou seus estudos de violão. Suas principais influências foram os grandes músicos e arranjadores brasileiros que conheceu através dos LP’s que passou a colecionar.
Radicado no Rio de Janeiro desde 2009, concluiu o curso de Contrabaixo Acústico no Conservatório Villa Lobos, na classe do prof. Omar Cavalheiro, e atualmente cursa Percepção e Harmonia no CIGAM (Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical).  Já atuou em shows e gravações ao lado de Denise Duran, Luely Figueiró, Salomé Parísio, Marion Duarte e outros artistas veteranos do rádio brasileiro. Atualmente, faz parte do Coral do Teatro Baden Powell e integra como contrabaixista a banda Qestione, em fase de produção de seu primeiro single.
O CD "Acaso" conta com arranjos instrumentais para violão solo, que propõem um passeio por várias fases da canção brasileira, de 1930 até hoje, explorando o instrumento em seus vários recursos numa seleção de sambas, choros e outros temas populares, o álbum resgata composições menos conhecidos de autores de ontem e da atualidade, mas já elevados à categoria de clássicos da nossa música, e também canções inéditas. ´
Os eventos contam com o apoio cultural do IHGSP, Casa de Portugal, Clube Português e Ordem dos Músicos do Brasil / CRESP.
Serviço
Lançamento CD "Acaso" - 1º espetáculo
Data: 30 de novembro - sábado
Horário: 10 horas
Local: Instituto Histórico e Geográfico SP
            Sala de Artes Paulistanas - 4º andar
            Rua Benjamin Constant, 158, centro
            Tel: 3242-8064
            próximo a estação Sé do metrô.
Lançamento CD "Acaso" - 2º espetáculo
Data: 8 de dezembro - domingo
Horário: 17 horas
Local: Auditório da Casa de Portugal
           Avenida Liberdade, 602 - 3º andar
           Tel: 3209-5554
           próximos as estações Liberdade e São Joaquim do metrô.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ciça Marinho e Sérgio Borges, o casal do Fado no Brasil


Ciça Marinho e Sérgio Borges

O Blog da Biblioteca do Clube Português, através da sua Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira, iniciará uma série de entrevistas com artistas e personalidades ligadas a cultura.

E para começar, trazemos para nossos internautas uma entrevista com o casal Ciça Marinho e Sérgio Borges, dois brasileiros que se dedicam ao Fado no Brasil. Ambos fazem parte da geração de intérpretes e músicos brasileiros, com descendência portuguesa, que defendem e continuam essa tradição musical fora de Portugal. Afinal a música não tem fronteiras e o Fado é considerado pela Unesco, desde 2011, Patrimônio Imaterial da Humanidade. 
A fadista Ciça Marinho é uma artista muito querida na capital paulista, onde atua em vários casas típicas e shows por todo o Brasil. Portadora de alto astral, simpatia contagiante, carisma e voz potente. Ingredientes que garantem seu sucesso artístico! E é com ela que vamos iniciar nosso bate-papo.
Blog Biblioteca Portuguesa - Nos conte como você ingressou no mundo da música portuguesa?
Ciça Marinho - Em abril de 1996 cantei num fado vadio no Restaurante Cais do Porto e ali estavam os proprietários (Bento e Sofia) de um restaurante que estava para inaugurar no mês de junho chamado O Castiço. Após minha apresentação me convidaram a fazer parte do elenco da casa. Assim iniciei minha carreira como cantora profissional, porém desde criança me apresentei em alguns programas de calouros como Silvio Santos, Edy Carlos e Canarinho, sempre cantando fado. Minha paixão pelo fado vem desde os quatro anos de idade quando ouvi Amália Rodrigues pela primeira vez.

BBP - Quantos Cd's você já lançou no Brasil? Também tem trabalhos lançados em Portugal?
C.M. - Foram três CDs e um DVD, sendo DVD e CD Ciça Marinho Ao Vivo em 2006; Minhas Raízes em 2008, que foi finalizado e apresentado em algumas rádios de Portugal. E o último com participações de guitarristas portugueses e do fadista Jorge Fernando, Além Mar, Além de Mim, de 2012, cujo lançamento contei com a participação dos fadistas Jorge Fernando e Fábia Rebordão. 
BBP - Como atual representante do Fado no Brasil, você acredita que a geração de brasileiros que dedicam-se a música portuguesa em nosso país tem chances de visibilidade e oportunidades artísticas?
C.M. - Acredito que com um trabalho de qualidade e profissionalismo as oportunidades possam surgir com certeza. Atualmente os fadistas portugueses estão investindo muito no Brasil para divulgação do fado o que, para nós, fadistas no Brasil, é um momento importante para uma maior visibilidade do trabalho.

BBP- Qual a sua maior emoção como artista?
C.M. - Cantar as minhas raízes, como filha de portugueses, sempre foi emocionante e contar com a parceria do meu marido e músico Sérgio Borges é enriquecedor. Outra emoção muito forte foi ser chamada de fadista em Portugal.

BBP- Tem novos projetos para 2014?
C.M. - Muitos... Tenho alguns projetos em andamento no Brasil e para fora, que acredito que com muito trabalho e dedicação passam ser concretizados. 
Ciça e Sérgio no restaurante Rancho 53, em São Paulo
  
Tanto Ciça como Sérgio são colaboradores do Depto Cultural do Clube Português. Com assiduidade tomam parte das atividades culturais da entidade. Foram destaques da 1a. Feira Literária e Musical e no Sarau do Fado Vadio e pré-lançamento do livro Fado no Brasil: Artistas & Memórias, de Thais Matarazzo, ambos ocorridos no mês de setembro.



Agora é a vez de conversamos com Sérgio Borges e sabermos um pouco mais sobre sua carreira artística.

Blog Biblioteca Portuguesa - Qual foi seu primeiro contato com a música portuguesa?
Sérgio Borges - Foi através de meu tio, o violonista Bonfim, que trabalhava com o maestro Manuel Marques e também com o Grupo Folclórico Minhoto. A primeira vez foi até no "susto" pois, meu tio me ligou pedindo pra eu ir até a sede do Grupo Minhoto urgente que tinha um show em Santos e precisavam de um baixista. O problema é que, além de não conhecer o grupo, não conhecia nada de folclore (a não ser alguma coisa de Roberto Leal) e também nunca havia tocado baixo na vida. Meu instrumento era violão e o cavaquinho. Bom, mesmo assim fui confiando no meu tio e no meu ouvido musical. Depois desse show o Fernando Rachas (dono do grupo) me convidou a ensaiar e fazer parte da tocata. Isso foi em 1991.

BBP - Quando começou a dedicar-se ao Fado?

S.B. - Uns três meses depois de entrar para o Grupo Minhoto, o Trio Manuel Marques ficou desfalcado de baixista, pois quem tocava era o neto do maestro Manuel Marques que resolveu ir embora para Portugal. Acabei assumindo a vaga dele, também por indicação do Bonfim, e depois disso entrei de vez na música portuguesa e no fado acompanhando o trio e também todos os fadistas.

BBP - Além de tocar e acompanhar os fadistas, você é também compositor?
S.B. - Ainda não me arrisquei a compor mas penso em fazer alguma coisa em parceria com a Ciça Marinho.

BBP - Nos conte momentos interessantes sobre sua parceria musical com a Ciça Marinho.
S.B. - Um fato curioso é que até um mês antes de eu entrar no Rancho 53, em novembro de 2003, eu conhecia todos os artistas do fado menos a Ciça. Conhecia de ouvir falar, até porque o meu tio ensaiava com ela de vez em quando. Em outubro de 2003, o Thiago Felipe me convidou para tocar para ele e a Ciça num show em Itapecerica da Serra e foi aí que a conheci. Em seguida, ela me convidou a substituir o viola Carlão que estava hospitalizado. Eu aceitei. Com o falecimento do Carlão, acabei assumindo o lugar dele. Daí veio a parceria musical onde eu acho que, tanto eu como ela aprendemos e crescemos muito com a união de forças. Dois anos depois, como ela estava separada do primeiro marido e eu da primeira esposa, acabamos por namorar e há três anos estamos casados. Da parceria musical vieram os três CDs e um DVD, as viagens para Portugal para divulgação dos nossos trabalhos e várias conquistas através de um trabalho luso-brasileiro. Em 2014, pretendo continuar cuidando da carreira minha e da Ciça na divulgação da música luso-brasileira.

BBP - Já atuou fora do Brasil?
S.B. - Estive em Portugal três vezes e em 2010 toquei com o Ricardo Araújo em Moscou.
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Ciça Marinho e Sérgio Borges formam um casal talentoso. Desejamos a eles e a todos os brasileiros que cantam o fado, muito sucesso em suas trajetórias.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES MIGRANTES EXPRESSÕES FEMININAS DA CIDADANIA



O Encontro da Associação de Estudos da Mulher Migrante aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro, no Palácio das Necessidades, Largo do Rilvas, em Lisboa.

Este Encontro Mundial é organizado pela "Mulher Migrante Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade", com o patrocínio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
A Diretora Cultural do Clube Português, Maria dos Anjos Oliveira, entregou para as organizadoras do congresso, Dra. Maria Manuela Aguiar e Dra. Rita Gomes, um dossiê das atividades culturais da entidade em 2013 e as Láureas Luis de Camões, outorgadas pelo Clube Português.
Sobre o balanço e a importância deste Encontro, compartilhamos com nossos internautas o texto da Dra. Maria Manuela Aguiar, que nos foi enviado pela jornalista Eulália Moreno:
São 20 anos da "Mulher Migrante- Associação de Estudos, Cooperação e Solidariedade".
20 anos de intenso envolvimento na vida das comunidades da Diáspora, olhando a sua situação e o seu evoluir, através da acção, das perspectivas e projectos de mulheres, que estão, ainda quando não parecem estar, na base da sua construção e das suas profundas transformações.
20 anos de estudo: de apelo constante a um encontro de mundos, não muito fáceis de aproximar - o mundo do "saber de experiência feito" e o da investigação científica - que sempre, com excelentes resultados, procurámos pôr em diálogo nos numerosos congressos, colóquios, jornadas de reflexão, em que é pródigo este passado de duas décadas.
20 anos de cooperação e solidariedade com instituições de muitas comunidades e países e com sucessivos governos, no que poderemos chamar políticas de emigração, com uma componente fundamental de género..
Em Portugal, o embrião das políticas para a igualdade e promoção activa da cidadania, através da audição das mulheres da diáspora, vem de longe, da meia década de 80, podendo nós, por isso,  reclamar neste domínio um inquestionável pioneirismo, em termos europeus e universais -  mais um dos assomos de  vanguardismo com que o nosso País surpreende os outros, de vez em quando...
Mas foi preciso esperar pelo início do século XXI para podermos falar de políticas desenvolvidas com caracter sistemático, no cumprimento assumido, dentro e fora do País, das tarefas que o legislador constitucional impõe ao Estado para promover o aprofundamento da democracia, que passa necessariamente pela efectiva igualdade para as mulheres na vida da República, ou "res publica".
Julgo que podemos afirmar que e emergência de um novo ciclo de políticas para a igualdade, se abriu com os " Encontros para a Cidadania - a igualdade entre homens e mulheres"., realizados em diferentes regiões do mundo, entre 2004 e 2009, e agora continuados  em Encontros Mundiais de caracter periódico, numa parceria entre o Governo e a "sociedade civil", conforme o previsto na inédita Resolução nº 32/2010, proposta pelo então deputado pela Emigração José Cesário.
A AEMM, cujas fundadoras haviam estado, quase todas, na organização do 1º Encontro Mundial em 1985, ligou, de uma forma explícita, querida e afirmada, o seu destino a este processo histórico - e o tê-lo conseguido até ao presente reforça a vontade de se transcender em novas iniciativas e colaborações cívicas, levadas a cabo, como sempre aconteceu, em espírito de puro voluntariado e com o impulso de fortes convicções.
As políticas de género na emigração - e a AEMM pode bem testemunha-lo enquanto parceira de governos de diferentes quadrantes político partidários - são um exemplo de continuidade, de respeito pelos princípios constitucionais, vazados em boas práticas  - uma continuidade que é coisa rara em Portugal,  cuja vida pública é marcada pela tentação de destruir tudo o que vem do passado, por vezes até dentro do mesmo governo (com a simples mudança do titular da pasta), num quadro de permanente instabilidade, em rupturas e recomeços que significam tremendos desperdícios de meios e energias...
É, pois, muito bom poder, em contracorrente, prosseguir, com o Dr José Cesário, o trabalho encetado com o Dr. António Braga, com a Dra Maria Barroso. a Presidente  dos Encontros para a Cidadania, grande cidadã Portuguesa, que nos deu a honra de conosco tem estado, como inspiradora e aliada, desde o início.
20 anos, a perseguir a utopia igualitária! Utopia ainda, mas a permitir-nos falar em certezas de progresso, nas expressões femininas da cidadania, pondo em foco as suas realizações, nos múltiplos domínios em que interagem  com os homens no espaço nas comunidades do estrangeiro. Na verdade,  o todo das comunidades, os homens, como as mulheres, não estão ausentes das nossas preocupações, porque o equilíbrio que desejamos é necessariamente construído também com eles`.
É a emigração toda que está no horizonte das nossas preocupações nesta conjuntura dramática que atravessamos, perante um êxodo desmesurado em que as mulheres, pela primeira vez, ombreiam com os homens, e os trabalhadores menos qualificados, com o melhor da "inteligentzia" nacional...
Os movimentos migratórios actuais  criaram novos estereótipos. que levam à negaçãod a existência, ou, melhor, da coexistência de uma emigração de perfil tradicional, num eterno recomeço... Portugal é o País das migrações sem fim, como eu não deixei de lembrar nos tempos em que nascia a AEMM e em que a "classe política", se me posso permitir esta generalização, acreditava que a adesão à CEE, com a sua promessa de desenvolvimento imparável, pusera termo a um fenómeno até então considerado como inelutável...
Vamos agora, ao longo de dois dias de diálogo,  reflectir e falar  sobre a emigração feminina, sobre as jovens envolvidas no recomeço destas grandes vagas migratórias  e, igualmente, sobre as que têm já um longo percurso nas comunidades, questionando a relação entre género e formas de expressão na política, no associativismo, nas artes, na prática empresarial...
É ainda cedo para sabermos se os que partem deixam o País para trás, ou o levam consigo, se são "desistentes" ou "resistentes"...As mulheres terão a palavra para fazer prognósticos sobre o seu futuro no movimento para o futuro das comunidades, enquanto parte integrante da nação portuguesa em diáspora.
  
Capa do programa do Encontro

Interior do Palácio das Necessidades

Público presente a abertura do Encontro no dia 24 de outubro

Dra. Rita Gomes ao microfone

Dra. Maria Manuela Aguiar e Maria dos Anjos Oliveira

Dra. Maria Manuela Aguiar recebe a Láurea Luis de Camões do Clube
Português de São Paulo

Dra. Maria Manuela Aguiar recebe a Láurea Luis de Camões do Clube
Português de São Paulo

Maria dos Anjos Oliveira, deputada Maria João Ávila e Thais Matarazzo

Maria dos Anjos Oliveira, Thais Matarazzo e a deputada Maria João Ávila


Dra. Maria Manuela Aguiar e Maria dos Anjos Oliveira
Maria dos Anjos Oliveira e Dra. Rita Gomes


Maria dos Anjos Oliveira, Dra. Rita Gomes e Thais Matarazzo