Grupo Folclórico do Clube Português com a cançonetista Arminda Falcão ao centro, 1954 |
A primeira apresentação do Grupo Folclórico aconteceu em 13 de setembro de 1953 no salão nobre do Clube, à Avenida São João, 126.
O autor de muitas músicas e enredos para o grupo era Mário Gallo, que durante anos a fio foi o chefe da secretaria do Clube Português.
A jovem Terezinha Zambo era o destaque como acordeonista, Tostes de Carvalho tocava guitarra portuguesa e o cantador era Ildebarto Leão.
Na foto acima vemos o grupo ladeando a cançonetista Arminda Falcão, importante intérprete das músicas portuguesas no Rádio e na TV de São Paulo.
Abaixo segue uma pequena biografia da artista publicada na coluna "Fado no Brasil", do jornal Mundo Lusíada, escrita por Thaís Matarazzo:
Arminda Falcão foi à primeira cantora portuguesa a interpretar as músicas de seu país no Rádio paulista. Suas atividades radiofônicas datam de 1931.
Nascida em Coimbra em 14/12/1900, veio para o Brasil com sua mãe, D. Julieta Falcão, em 1906, seu pai já estava aqui. Depois, o casal Falcão teve mais duas filhas: Judith e Alice. Em 1920, Arminda casou-se com o advogado Floriano Waldeck e foi residir no Rio de Janeiro, lá nasceram seus dois filhos: Antônio Lúcio e Sérgio. Após sete anos de matrimônio o casamento se dissolveu e Arminda voltou a São Paulo com seus dois rebentos.
Passou a trabalhar, em 1930, como bilheteira do Cine Rosário, no prédio Martinelli, na Rua São Bento. Dona de uma bonita voz gostava bastante de cantarolar as músicas que aprendia no cinema, no teatro e com os discos da época.
Após cantar durante alguns anos em programas avulsos em emissoras paulistas, afirmava que sua estreia profissional aconteceu somente em fevereiro de 1934, quando o professor e guitarrista português João Fernandes, e sua esposa Inês, estrearam o primeiro programa de Rádio dedicado exclusivamente à canção lusa, era o “Horas Portuguesas”, na Rádio Educadora Paulista. Arminda trabalhou durante diversos anos como intérprete exclusiva de “Horas Portuguesas”.
Trabalhou ainda nas rádios Educadora, Record e Tupi – aonde foi contratada em 1942 e permaneceu até 1957. Gostava mais do teatro do que do Rádio, atuou em algumas revistas e operetas. Morou por largo tempo na Rua Santa Ifigênia, centro da Pauliceia, juntamente com seus filhos, sua irmã Alice e o sobrinho Alexis. Toda a família sempre cultivou a música clássica e não perdia uma temporada lírica do Theatro Municipal.
Arminda Falcão também foi compositora, em geral, escrevia as letras e as melodias eram feitas por parceiros, como o músico Waldemar Pipl e o maestro Spartaco Rossi. A gravação da marcha de sua autoria “Alegres raparigas”, de 1945, teve tamanha repercussão em Portugal que foi premiada no Porto, nas festas de São João.
Durante as décadas de 1940/50 Arminda cantou diversas vezes nas festas e chás dançantes do Clube Português de São Paulo e nas festas juninas da Portuguesa de Desportos, sempre acompanhada do professor João Fernandes, Silva Júnior e Conjunto Guarani. Atuou ao lado de outros colegas nos restaurantes típicos: Adega do Douro, Adega da Mouraria, Marialva, Solar da Alegria e Aviação. Sem contar o sem número de vezes que tomou parte em festas beneficentes da paróquia Nª. Srª. de Fátima, no bairro do Sumaré, e outras instituições religiosas. Sua presença era sucesso garantido, sua alegria refletida no seu repertório alegre e selecionado.
Em 1949, participou cantando do filme “Quase no céu”, de Oduvaldo Viana, o elenco era formado por artistas da Rádio Tupi como Lolita Rodrigues, Lia de Aguiar e Osny Silva. Aliás, Arminda foi uma das primeiras artistas a aparecer na telinha da TV Tupi durante a sua inauguração em setembro/1950.
Sua irmã, Alice Silva (contralto), gravou com a mana três discos 78 rotações entre 1948 a 1953. Alice participou de muitos programas lusos no Rádio e na TV da “Terra da Garoa”. As duas irmãs realizaram digressões por todo o Brasil. Arminda registrou cerca de 13 músicas em sete discos de 78 rotações, e o LP “Sucessos de Arminda Falcão”, pela Magisom, 1961. Seu filho, Sérgio Falcão, foi um inspirado compositor popular e cantor de músicas mexicanas, fez muito sucesso.
Em 1952 o jornal Diário de S. Paulo anunciava: “Arminda Falcão e Alice Silva, as irmãs portuguesas que aparecem em numerosas programações das rádios Tupi-Difusora. Elas acabam de gravar, para a Continental, dois números que estão alcançando sucesso: ‘Romarias’ e ‘Ceifeiras’. Arminda Falcão é um dos valores mais positivos do grande elenco das ‘Associadas’ paulistas”.
Arminda não fumava nem bebida. Não era supersticiosa, gostava bastante de dormir e foi grande amiga de seus filhos e vovó extremosa. Torcedora do São Paulo Futebol Clube. Gostava imensamente das operetas, seus compositores preferidos: Tchaikowsky e Brahms. Era espírita. Entre os cantores brasileiros apreciava Silvio Caldas, Romeu Feres e Eglê Bittencourt. Era grande fã do cinema, sempre que podia gostava de assistir as fitas de Gary Cooper e Barbara Stanwick.
Procurava não se ausentar muito de São Paulo, cidade que amava muito, só ia ao Rio para visitar seus amigos e pessoas da família. Em 1973, seu filho Antônio Lúcio faleceu deixando a artista muito triste, já adoentada Arminda Falcão vem a falecer em São Paulo, aos 29 de dezembro de 1974.
Publicado anteriormente em: http://www.mundolusiada.com.br/colunas/fado-no-brasil/fado-no-brasil-arminda-falcao/
Nascida em Coimbra em 14/12/1900, veio para o Brasil com sua mãe, D. Julieta Falcão, em 1906, seu pai já estava aqui. Depois, o casal Falcão teve mais duas filhas: Judith e Alice. Em 1920, Arminda casou-se com o advogado Floriano Waldeck e foi residir no Rio de Janeiro, lá nasceram seus dois filhos: Antônio Lúcio e Sérgio. Após sete anos de matrimônio o casamento se dissolveu e Arminda voltou a São Paulo com seus dois rebentos.
Passou a trabalhar, em 1930, como bilheteira do Cine Rosário, no prédio Martinelli, na Rua São Bento. Dona de uma bonita voz gostava bastante de cantarolar as músicas que aprendia no cinema, no teatro e com os discos da época.
Arminda Falcão e Alice Silva, 1952 |
Trabalhou ainda nas rádios Educadora, Record e Tupi – aonde foi contratada em 1942 e permaneceu até 1957. Gostava mais do teatro do que do Rádio, atuou em algumas revistas e operetas. Morou por largo tempo na Rua Santa Ifigênia, centro da Pauliceia, juntamente com seus filhos, sua irmã Alice e o sobrinho Alexis. Toda a família sempre cultivou a música clássica e não perdia uma temporada lírica do Theatro Municipal.
Arminda Falcão também foi compositora, em geral, escrevia as letras e as melodias eram feitas por parceiros, como o músico Waldemar Pipl e o maestro Spartaco Rossi. A gravação da marcha de sua autoria “Alegres raparigas”, de 1945, teve tamanha repercussão em Portugal que foi premiada no Porto, nas festas de São João.
Durante as décadas de 1940/50 Arminda cantou diversas vezes nas festas e chás dançantes do Clube Português de São Paulo e nas festas juninas da Portuguesa de Desportos, sempre acompanhada do professor João Fernandes, Silva Júnior e Conjunto Guarani. Atuou ao lado de outros colegas nos restaurantes típicos: Adega do Douro, Adega da Mouraria, Marialva, Solar da Alegria e Aviação. Sem contar o sem número de vezes que tomou parte em festas beneficentes da paróquia Nª. Srª. de Fátima, no bairro do Sumaré, e outras instituições religiosas. Sua presença era sucesso garantido, sua alegria refletida no seu repertório alegre e selecionado.
Em 1949, participou cantando do filme “Quase no céu”, de Oduvaldo Viana, o elenco era formado por artistas da Rádio Tupi como Lolita Rodrigues, Lia de Aguiar e Osny Silva. Aliás, Arminda foi uma das primeiras artistas a aparecer na telinha da TV Tupi durante a sua inauguração em setembro/1950.
Sua irmã, Alice Silva (contralto), gravou com a mana três discos 78 rotações entre 1948 a 1953. Alice participou de muitos programas lusos no Rádio e na TV da “Terra da Garoa”. As duas irmãs realizaram digressões por todo o Brasil. Arminda registrou cerca de 13 músicas em sete discos de 78 rotações, e o LP “Sucessos de Arminda Falcão”, pela Magisom, 1961. Seu filho, Sérgio Falcão, foi um inspirado compositor popular e cantor de músicas mexicanas, fez muito sucesso.
Em 1952 o jornal Diário de S. Paulo anunciava: “Arminda Falcão e Alice Silva, as irmãs portuguesas que aparecem em numerosas programações das rádios Tupi-Difusora. Elas acabam de gravar, para a Continental, dois números que estão alcançando sucesso: ‘Romarias’ e ‘Ceifeiras’. Arminda Falcão é um dos valores mais positivos do grande elenco das ‘Associadas’ paulistas”.
Arminda não fumava nem bebida. Não era supersticiosa, gostava bastante de dormir e foi grande amiga de seus filhos e vovó extremosa. Torcedora do São Paulo Futebol Clube. Gostava imensamente das operetas, seus compositores preferidos: Tchaikowsky e Brahms. Era espírita. Entre os cantores brasileiros apreciava Silvio Caldas, Romeu Feres e Eglê Bittencourt. Era grande fã do cinema, sempre que podia gostava de assistir as fitas de Gary Cooper e Barbara Stanwick.
Procurava não se ausentar muito de São Paulo, cidade que amava muito, só ia ao Rio para visitar seus amigos e pessoas da família. Em 1973, seu filho Antônio Lúcio faleceu deixando a artista muito triste, já adoentada Arminda Falcão vem a falecer em São Paulo, aos 29 de dezembro de 1974.
Publicado anteriormente em: http://www.mundolusiada.com.br/colunas/fado-no-brasil/fado-no-brasil-arminda-falcao/
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