sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Cedros do Bussaco no Parque Jardim da Luz


Os cedros do Bussaco do Parque Jardim da Luz, em São Paulo, tem uma história fascinante. Foram plantados em 15 de setembro de 1910. Trazidos de Portugal pelo Prof. Dr. Egas Muniz, um presente dos estudantes de Coimbra para os estudantes paulistas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Cerca de uma década depois do plantio, foi colocada uma placa explicando também que os cedros do Bussaco é um simbolo da Batalha do Bussaco.

A Batalha do Buçaco (ou Bussaco, de acordo com a grafia antiga), foi uma batalha travada durante a Terceira Invasão Francesa, no decorrer da Guerra Peninsular, na Serra do Buçaco, a 27 de Setembro de 1810. De um lado, em atitude defensiva, encontravam-se as forças anglo-lusas sob o comando do Tenente-general Arthur Wellesley, primeiro Duque de Wellington. Do outro lado, em atitude ofensiva, as forças francesas lideradas pelo Marechal André Massena. No fim da batalha, a vitória mostrava-se nitidamente do lado anglo-luso.

Portanto, os cedros do Jardim da Luz completaram em 2013, 103 anos. Cresceram entrelaçados, demonstrando a amizade que une Brasil-Portugal. Abaixo, alguns flagrantes dos cedros em fotografias tiradas em dezembro/2013.





 Crédito: fotos de Thais Matarazzo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Mensagem natalina do Depto Cultural




Desejamos a todos os amigos um Feliz Natal!!!

Que os nossos corações estejam plenos de esperança e que as nossas almas nos movam sempre em direção ao bem comum. Que o amor nos ilumine, que cada gesto e cada uma das nossas palavras tenham o...
dom de nos trazer paz e felicidade.

Que o Natal nos inspire na busca da harmonia e da paz. Que este espírito prevaleça sobre o mal e nos ajude a promover a concordância e a aceitação entre todos os seres humanos.

Maria dos Anjos Oliveira
 Depto. Cultural do Clube Português de São Paulo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Homenagem da Câmara Municipal de SP a antigo presidente do Clube Português



Diploma simbólico do vereador António José de Freitas, entregue a Diretora Cultural do Clube Português, Maria dos
Anjos Oliveira em 


No dia 9 de dezembro, às 19 horas, no Plenário 1° de Maio, da Câmara Municipal de São Paulo, 42 vereadores que foram cassados por perseguição política entre os anos de 1937 e 1969 tiveram os mandatos restituídos simbolicamente, durante a Sessão Solene presidida pelos únicos cassados ainda vivos, Moacir Longo, de 84 anos, e Armando Pastrelli, de 95. Ambos tiveram subtraídos os direitos políticos em 1964 e 1937, respectivamente.
O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, sugeriu o projeto de resolução que restitui os mandatos. “É uma correção histórica. A Comissão da Verdade busca a Justiça, corrige os erros e cultiva a memória. A restituição simbólica dos mandatos é uma correção histórica aos vereadores que não puderam exercer seus mandatos por perseguição política”, afirmou Natalini.
Os mandatos dos vereadores Natalini (PV) e Orlando Silva (PCdoB) receberam a tarefa de localizar os 42 vereadores cassados entre 1937 e 1969. A equipe do vereador Natalini foi responsável por buscar 27 vereadores cassados em 1937 e de 1961 a 1969. Décio Cursi localizou um vereador vivo, o senhor Moacir Longo, e os familiares de outros 21 parlamentares cassados. No caso do vereador Dr. Antônio José de Freitas, que não foi empossado em 1937, não foram localizados parentes, mas como ele foi presidente do Clube Português de São Paulo, a atual Diretora Cultural da entidade, Maria dos Anjos Oliveira, foi receber o diploma simbólico em sua memória.
Maria dos Anjos Oliveira esteve presente a Sessão Solene e recebeu o
diploma simbólico do vereador, não empossado, António José de Freitas
Antônio José de Freitas foi presidente do Clube Português de 1951 a 1956. Deve ter sido o primeiro brasileiro a comandar esta entidade.
Freitas nasceu em Formiga, estado de Minas Gerais, em 28 de dezembro de 1886. Veio para São Paulo em 1920, radicando-se na capital, exercendo a função de representante da indústria de tecidos de propriedade de Benjamim Guimarães.


António José de Freitas é 3º homem sentado, da esquerda para a direita, de
paletó branco
Loteou e vendeu grande parte da hoje progressiva cidade de Mogi das Cruzes. Em 1921, começou a trabalhar como subdelegado da Central da Polícia, cargo que exerceu apenas como hobby, e como tal, com grande dedicação, apesar de não receber honorários. Participou da Revolução Constitucionalista de 1932, como polícia civil. Recebeu a patente de Capitão da Guarda Nacional, assinada pelo então presidente Wenceslau Brás.


António José de Freitas e sua esposa,
D. Arminda Guimarães Freitas, em 1952

Foi condecorado com a medalha "Imperatriz Leopoldina", concedida pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Honraria criada em 1954, durante as comemorações do IV Centenário da cidade, os restos mortais da Imperatriz Dona Maria Leopoldina foram trazidos do Rio de Janeiro para o Monumento do Ipiranga. Na ocasião o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo mandou cunhar uma medalha para agraciar aqueles que colaboraram com este evento. A prestigiosa medalha foi muito usada por oficiais da Força Pública e da antiga Guarda Civil de São Paulo.
Dedicou grande parte de sua vida ao serviço público e ao bem estar da comunidade, aposentando-se como Diretor da Rádio Patrulha, cargo de confiança que ocupou durante 15 anos. Faleceu em 01 de setembro de 1958.

A Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira, a pedido do assessor do vereador Natalini, Sr. Décio Curci, realizou um levantamento histórico no acervo da Biblioteca Portuguesa, relativo a passagem de António José de Freitas pelo Clube Português, como podemos ver nas imagens abaixo.


Maria dos Anjos pesquisa no acervo de fotografias do Clube Português
fotografias referentes a gestão de António José de Freitas

Localizada uma das primeiras fotografias, Freitas juntamente
com sua esposa Arminda aparecem na imagem ao lado de
outros sócios do Clube

Placa comemorativa a presidência de Antônio José de Freitas no Clube
Português
Placa indicativa do período do mandato de Antônio José de Freitas
quando Presidente do Clube Português

Detalhe da Ata de Reunião da Diretoria de 3/9/1958, quando foi
resolvido prestar homenagem póstuma a Antônio José de
Freitas

Detalhe da Ata de Reunião da Diretoria de 17/9/1958, com transcrição da
carta de agradecimentos enviada pela viúva de Antônio José de
Freitas, Sra. Arminda Guimarães de Freitas

Continuação da transcrição da carta da Sra. Arminda Guimarães de Freitas
agradecendo as homenagens prestadas pelo Clube ao seu finado marido,
seguida pelas assinaturas da Diretoria

Ata da Reunião da Diretoria de 14/2/1952, indicando a presidência de
Antônio José de Freitas

Ata da Reunião da Diretoria de 14/2/1952, assinatura da Diretoria do Clube
Português, com destaque para a assinatura do Presidente, Antônio José de Freitas
P.S: TODAS AS FOTOGRAFIAS DESTE ARTIGO PERTENCEM AO ACERVO DA BIBLIOTECA PORTUGUESA DE SÃO PAULO - DEPTO CULTURAL DO CLUBE PORTUGUÊS.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Gabriel Gonzaga emociona plateia na Casa de Portugal

Música, poesia e teatro marcaram a tarde de domingo na Casa de Portugal
Gabriel Gonzaga no auditório da Casa de Portugal

A jornada cultural do dia 8 de dezembro no auditório da Casa de Portugal, iniciou-se com a apresentação do talentosos violonista Gabriel Gonzaga, vindo do Rio de Janeiro especialmente para lançar seu primeiro disco "Acaso".
A diretora cultural da entidade, Maria dos Anjos Oliveira, recebeu o público com a simpatia e alegria costumeira de sempre. Chamou ao palco Gonzaga e afirmou da grande alegria de estar recebendo o músico naquela casa e reafirmou seu compromisso de sempre estar auxiliando jovens talentos.
Gabriel não escondeu sua emoção e contentamento em mostrar para o público paulista seu novo trabalho, aliás ele também é paulista de nascimento. Em arranjos instrumentais para violão solo, o CD "Acaso" propõem um passeio por várias fases da canção brasileira, de 1930 até hoje, e também um resumo musical da trajetória de Gabriel Gonzaga. Explorando o instrumento em seus vários recursos numa seleção de sambas, choros e outros temas populares, o álbum resgata composições menos conhecidos de autores de ontem e de hoje, mas já elevados à categoria de clássicos da nossa música, e também canções inéditas.

O repertório do recital constou das seguintes músicas: Pipa voada (G. Gonzaga), Caco velho (Ary Barroso), O que foi que eu fiz? (Augusto Vasseur), Nova ilusão (José Menezes / Luiz Bittencourt), o inédito Ipanema, choro de Newton Mendonça; do maestro Tom Jobim, um dos compositores preferidos de Gabriel, foram apresentadas Água de beber, Outra vez, Só danço samba e Ela é carioca. Da nova safra da MPB, foram apresentadas Nada por mim (Herbert Vianna / Paula Toller) e Felicidade (Marcelo Jeneci).
A cantora Denise Duran fez uma intervenção especial e cantou acompanhada por Gonzaga os sambas-canções Se é por falta de adeus e Quem foi?, o primeiro de autoria de sua irmã Dolores Duran (1930-1959) e Tom Jobim, e o segundo fruto da parceria de Dolores e do pianista Ribamar.
Gabriel acompanha a cantora Denise Duran
Para terminar, o jovem violonista apresentou Olhos nos olhos (Chico Buarque), Influência do Jazz (Carlos Lyra) e Acaso, música que dá título ao disco, trata-se de uma fantasia composta por Gonzaga em um momento delicado de sua vida.
A plateia ficou embevecida com a beleza do recital. Gabriel é muito talentoso e toca com muita emoção. Uma revelação da música instrumental brasileira. Que venham outras apresentações na capital paulista!
Em seguida, Maria dos Anjos Oliveira anunciou uma surpresa para o público: a abertura dos saraus literários em homenagem a poetiza portuguesa Florbela Espanca, falecida justamente no dia 8 de dezembro de 1930.

Houve a apresentação do monólogo Florbela Espanca - A hora que passa, com direção de Fábio Brandi Torres, pesquisa e atuação de Lorenna Mesquita e dramaturgia de ambos. Ainda no mesmo dia, a atriz apresentou ao público presente o poema inédito Riso Amargo, um dos seis poemas descobertos recentemente e divulgados, no último dia 6, em Lisboa. A apresentação foi acompanhada de fados tocados ao vivo pelo violonista Thomaz Marra.

Lorenna Mesquita e Thomaz Marra
A programação da Semana Florbela Espanca segue diariamente, até sábado, com saraus de poemas e cartas, sempre às 19 horas, no auditório da Casa de Portugal. Lorenna Mesquita é acompanhada por música ao vivo. Todo dia uma nova programação. A entrada é franca.

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Confira mais fotos do evento.



Maria dos Anjos Oliveira abre o recital de violão

Gabriel Gonzaga e Denise Duran

A fadista Ciça Marinho prestigiou o evento. Aqui com Gonzaga

Gabriel autografa seu Cd's

Público

Lorenna Mesquita e Thomaz Marra

A atriz Lorenna Mesquita, que interpreta Florbela Espanca, e Maria dos
Anjos Oliveira

Florbela Espanca recebe semana de homenagens na Casa de Portugal

A atriz Lorenna Mesquita e o violonista Thomaz durante a abertura
da Semana Florbela Espanca
​A poeta portuguesa Florbela Espanca será homenageada durante toda a semana do dia 8 a 14 de dezembro, com saraus diários, às 19h, na Casa de Portugal. Na abertura do evento, no domingo, houve a apresentação do monólogo Florbela Espanca - A hora que passa, com direção de Fábio Brandi Torres, pesquisa e atuação de Lorenna Mesquita e dramaturgia de ambos. Ainda no mesmo dia, a atriz apresentou ao público presente o poema inédito Riso Amargo, um dos seis poemas descobertos recentemente e divulgados, no último dia 6, em Lisboa. A apresentação foi acompanhada de fados tocados ao vivo pelo violonista Thomaz Marra.
A programação da Semana Florbela Espanca segue diariamente, até sábado, com Saraus de poemas e cartas, sempre acompanhados por música ao vivo. Todo dia uma nova programação. A entrada é franca.
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O Espaço
A Casa de Portugal é um centro de tradição e preservação dos valores histórico-culturais dos portugueses e luso-brasileiros em São Paulo. E sua estrutura é cenário ideal para a realização desta homenagem a Florbela Espanca, a começar pela grande entrada do prédio, de arquitetura belíssima, que reflete o ideal de receber muito bem todos que ali adentram. "Temos o prazer de receber a comunidade portuguesa e todos os apreciadores de teatro, música e poesia", afirma Maria dos Anjos Oliveira, diretora cultural da Casa.
A atriz Lorenna Mesquita, a diretora cultural da Casa de Portugal, Maria dos
Anjos Oliveira e o violonista Thomaz
 ​O Projeto
​Lorenna Mesquita, à frente da Srta.Lô Produções, que idealizou do evento, explica que a escolha da data não é por acaso: dia 8 é aniversário de vida (1894) e de morte da poeta, que cometeu suicídio, em 1930. "Ela era intensa demais, não cabia nela mesma. Estava à frente do seu tempo. Não conseguia dormir, tinha a saúde frágil e uma angústia imensa por não receber da vida o que mais queria: amor. E foi exatamente a sua vida que ela transferiu para os poemas, contos e cartas, onde apresentou seus mais íntimos desejos", diz.
A atriz comenta que a realização da Semana Florbela Espanca é parte de um grande projeto concebido para divulgar a poeta portuguesa, que ainda não é tão conhecida como o seu conterrâneo Fernando Pessoa. Apaixonada pelos textos "florbelianos", Lorenna pesquisa sobre a vida e obra da poeta há quase três anos, inclusive esteve em Portugal, no início deste ano, para visitar as principais cidades em que Florbela viveu: Vila Viçosa, Évora e Matosinhos, além de Lisboa e Porto. "Eu precisava beber na fonte. Conhecer de perto a terra de Florbela Espanca para ter uma pesquisa mais consistente", conta a atriz que conheceu praças com os bustos em homenagem à poeta, o cemitério onde está enterrada e conseguiu entrar na casa onde Florbela viveu, em Matosinhos, que se encontrava em estado lastimável. A viagem rendeu um vídeo-diário e um documentário que serão lançados em breve.
 ​Semana Virtual
​A Semana Florbela Espanca acontecerá simultaneamente nas redes sociais. A Srta.Lô Produções criou no Facebook a página Florbela Espanca - Poeta e o perfil no twitter @belinhaespanca para divulgar pensamentos de Florbela. Durante o evento, esses canais ganham programação especial. A cada dia serão postados audio-poesias, video-poesias, video-leitura de cartas, além de poemas escritos, produzidos pela Srta.Lô especialmente para a Semana. Também de 8 a 14/12, sempre a partir das 2h da manhã, hora de nascimento e de morte de Florbela Espanca.
​ Serviço
 Semana Florbela Espanca
 De 8 a 14/12, diariamente, às 19 horas.
 Casa de Portugal - Avenida da Liberdade, 602 (metrô Liberdade - linha azul).
 Telefones: 3273.5555
 Entrada franca.
 Duração: 60 minutos
 Idade Recomendada: 14 anos
 ​Contatos:
 Produção: Lorenna Mesquita
 E-mail: lorennamesquita@gmail.com


A atriz Lorenna Mesquita e a diretora cultural da Casa de Portugal, Maria dos
Anjos Oliveira 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Lançamento Revista Arganilia em Homenagem a João Alves das Neves



Quando se relembrarem 2 anos após o desaparecimento físico do Professor João Alves das Neves, a aldeia do Pisão (Coja) assistirá ao lançamento daquela que será a sua obra mais emblemática: a Revista Cultural da Beira Serra - ARGANILIA.
No dia 12 de Janeiro de 2014 e pelas 15 horas será feita a memória de João Alves das Neves com uma romagem ao cemitério de Coja, seguindo-se meia hora mais tarde e na extinta escola primária do Pisão a apresentação do nº26 da revista ARGANILIA, agora dirigida por Nuno Mata.
Depois de tantos números em que João Alves das Neves homenageou e enalteceu figuras da região, o vice-director da revista e a família do homenageado decidiram dedicar-lhe esta edição que conta com depoimentos de Portugal e do Brasil, para além de artigos acerca de temáticas tão apreciadas pelo fundador da revista e por todos quantos a seguem há 22 anos.
Os textos de Alexandre Cerejeira, António Lambertini, António Lopes Machado, Beatriz Alcântara, Carlos Francisco Moura, Dalila Teles Veras, Francisco Seixas da Costa, Idalina da Conceição Gomes, Isabel Murteira França, Ives Gandra da Silva Martins, José C. da Silva, José Dias Coimbra, Lina Alves Madeira, Maria Beatriz Rocha-Trindade, Nuno Mata, Paulo Veiga, Raul Francisco Moura, Regina Anacleto, Rui Fernão Mota e Costa, Teresa Rita Lopes e Tereza Cristina Vitali enriquecem as 198 páginas deste número, onde consta uma interessante fotobiografia do autor e outras curiosidades.
João Alves das Neves dedicou quase toda a sua vida à cultura, nomeadamente à lusofonia, com particular destaque para as relações Luso-Brasileiras, a cultura e identidade da Beira Serra e o estudo de Fernando Pessoa. Foi colaborador de diversas publicações, inscrevendo o seu nome em dezenas de títulos, professor universitário e redator no prestigiado jornal Estado de S. Paulo, para além de outras valências em outros tantos desempenhos.
Será, julgamos, um precioso momento de recordação de um dos grandes vultos intelectuais da Beira Serra, mas também o cimentar do projecto ARGANILIA que teima em permanecer vivo.

O evento conta com a colaboração da Comissão de Melhoramentos e Beneficência do Pisão que quis associar-se a tão sentida data.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gabriel Gonzaga apresenta "Acaso" no IHGSP e na Casa de Portugal




O jovem músico e pesquisador musical, Gabriel Gonzaga, estará em São Paulo nos próximos dias 30 de novembro e 8 de dezembro para apresentar para o público paulista seu novo CD "Acaso".

O primeiro espetáculo acontecerá no dia 30/11, às 10 horas, na Sala de Artes Paulistanas, no Instituto Histórico e Geográfico SP, com o apoio de Mário Albanese, que fará uma participação especial.

Em 8 de dezembro, às 17 horas, será a vez da apresentação no auditório da Casa de Portugal. Desta feita, com o apoio e colaboração da Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira. A cantora Denise Duran, irmã da saudosa e talentosa Dolores Duran, fará uma intervenção exclusiva.
Ambas as apresentações terão entrada gratuita.
Gabriel Gonzaga é paulistano. Teve seu interesse despertado pela música aos 12 anos, época em que começou seus estudos de violão. Suas principais influências foram os grandes músicos e arranjadores brasileiros que conheceu através dos LP’s que passou a colecionar.
Radicado no Rio de Janeiro desde 2009, concluiu o curso de Contrabaixo Acústico no Conservatório Villa Lobos, na classe do prof. Omar Cavalheiro, e atualmente cursa Percepção e Harmonia no CIGAM (Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical).  Já atuou em shows e gravações ao lado de Denise Duran, Luely Figueiró, Salomé Parísio, Marion Duarte e outros artistas veteranos do rádio brasileiro. Atualmente, faz parte do Coral do Teatro Baden Powell e integra como contrabaixista a banda Qestione, em fase de produção de seu primeiro single.
O CD "Acaso" conta com arranjos instrumentais para violão solo, que propõem um passeio por várias fases da canção brasileira, de 1930 até hoje, explorando o instrumento em seus vários recursos numa seleção de sambas, choros e outros temas populares, o álbum resgata composições menos conhecidos de autores de ontem e da atualidade, mas já elevados à categoria de clássicos da nossa música, e também canções inéditas. ´
Os eventos contam com o apoio cultural do IHGSP, Casa de Portugal, Clube Português e Ordem dos Músicos do Brasil / CRESP.
Serviço
Lançamento CD "Acaso" - 1º espetáculo
Data: 30 de novembro - sábado
Horário: 10 horas
Local: Instituto Histórico e Geográfico SP
            Sala de Artes Paulistanas - 4º andar
            Rua Benjamin Constant, 158, centro
            Tel: 3242-8064
            próximo a estação Sé do metrô.
Lançamento CD "Acaso" - 2º espetáculo
Data: 8 de dezembro - domingo
Horário: 17 horas
Local: Auditório da Casa de Portugal
           Avenida Liberdade, 602 - 3º andar
           Tel: 3209-5554
           próximos as estações Liberdade e São Joaquim do metrô.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ciça Marinho e Sérgio Borges, o casal do Fado no Brasil


Ciça Marinho e Sérgio Borges

O Blog da Biblioteca do Clube Português, através da sua Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira, iniciará uma série de entrevistas com artistas e personalidades ligadas a cultura.

E para começar, trazemos para nossos internautas uma entrevista com o casal Ciça Marinho e Sérgio Borges, dois brasileiros que se dedicam ao Fado no Brasil. Ambos fazem parte da geração de intérpretes e músicos brasileiros, com descendência portuguesa, que defendem e continuam essa tradição musical fora de Portugal. Afinal a música não tem fronteiras e o Fado é considerado pela Unesco, desde 2011, Patrimônio Imaterial da Humanidade. 
A fadista Ciça Marinho é uma artista muito querida na capital paulista, onde atua em vários casas típicas e shows por todo o Brasil. Portadora de alto astral, simpatia contagiante, carisma e voz potente. Ingredientes que garantem seu sucesso artístico! E é com ela que vamos iniciar nosso bate-papo.
Blog Biblioteca Portuguesa - Nos conte como você ingressou no mundo da música portuguesa?
Ciça Marinho - Em abril de 1996 cantei num fado vadio no Restaurante Cais do Porto e ali estavam os proprietários (Bento e Sofia) de um restaurante que estava para inaugurar no mês de junho chamado O Castiço. Após minha apresentação me convidaram a fazer parte do elenco da casa. Assim iniciei minha carreira como cantora profissional, porém desde criança me apresentei em alguns programas de calouros como Silvio Santos, Edy Carlos e Canarinho, sempre cantando fado. Minha paixão pelo fado vem desde os quatro anos de idade quando ouvi Amália Rodrigues pela primeira vez.

BBP - Quantos Cd's você já lançou no Brasil? Também tem trabalhos lançados em Portugal?
C.M. - Foram três CDs e um DVD, sendo DVD e CD Ciça Marinho Ao Vivo em 2006; Minhas Raízes em 2008, que foi finalizado e apresentado em algumas rádios de Portugal. E o último com participações de guitarristas portugueses e do fadista Jorge Fernando, Além Mar, Além de Mim, de 2012, cujo lançamento contei com a participação dos fadistas Jorge Fernando e Fábia Rebordão. 
BBP - Como atual representante do Fado no Brasil, você acredita que a geração de brasileiros que dedicam-se a música portuguesa em nosso país tem chances de visibilidade e oportunidades artísticas?
C.M. - Acredito que com um trabalho de qualidade e profissionalismo as oportunidades possam surgir com certeza. Atualmente os fadistas portugueses estão investindo muito no Brasil para divulgação do fado o que, para nós, fadistas no Brasil, é um momento importante para uma maior visibilidade do trabalho.

BBP- Qual a sua maior emoção como artista?
C.M. - Cantar as minhas raízes, como filha de portugueses, sempre foi emocionante e contar com a parceria do meu marido e músico Sérgio Borges é enriquecedor. Outra emoção muito forte foi ser chamada de fadista em Portugal.

BBP- Tem novos projetos para 2014?
C.M. - Muitos... Tenho alguns projetos em andamento no Brasil e para fora, que acredito que com muito trabalho e dedicação passam ser concretizados. 
Ciça e Sérgio no restaurante Rancho 53, em São Paulo
  
Tanto Ciça como Sérgio são colaboradores do Depto Cultural do Clube Português. Com assiduidade tomam parte das atividades culturais da entidade. Foram destaques da 1a. Feira Literária e Musical e no Sarau do Fado Vadio e pré-lançamento do livro Fado no Brasil: Artistas & Memórias, de Thais Matarazzo, ambos ocorridos no mês de setembro.



Agora é a vez de conversamos com Sérgio Borges e sabermos um pouco mais sobre sua carreira artística.

Blog Biblioteca Portuguesa - Qual foi seu primeiro contato com a música portuguesa?
Sérgio Borges - Foi através de meu tio, o violonista Bonfim, que trabalhava com o maestro Manuel Marques e também com o Grupo Folclórico Minhoto. A primeira vez foi até no "susto" pois, meu tio me ligou pedindo pra eu ir até a sede do Grupo Minhoto urgente que tinha um show em Santos e precisavam de um baixista. O problema é que, além de não conhecer o grupo, não conhecia nada de folclore (a não ser alguma coisa de Roberto Leal) e também nunca havia tocado baixo na vida. Meu instrumento era violão e o cavaquinho. Bom, mesmo assim fui confiando no meu tio e no meu ouvido musical. Depois desse show o Fernando Rachas (dono do grupo) me convidou a ensaiar e fazer parte da tocata. Isso foi em 1991.

BBP - Quando começou a dedicar-se ao Fado?

S.B. - Uns três meses depois de entrar para o Grupo Minhoto, o Trio Manuel Marques ficou desfalcado de baixista, pois quem tocava era o neto do maestro Manuel Marques que resolveu ir embora para Portugal. Acabei assumindo a vaga dele, também por indicação do Bonfim, e depois disso entrei de vez na música portuguesa e no fado acompanhando o trio e também todos os fadistas.

BBP - Além de tocar e acompanhar os fadistas, você é também compositor?
S.B. - Ainda não me arrisquei a compor mas penso em fazer alguma coisa em parceria com a Ciça Marinho.

BBP - Nos conte momentos interessantes sobre sua parceria musical com a Ciça Marinho.
S.B. - Um fato curioso é que até um mês antes de eu entrar no Rancho 53, em novembro de 2003, eu conhecia todos os artistas do fado menos a Ciça. Conhecia de ouvir falar, até porque o meu tio ensaiava com ela de vez em quando. Em outubro de 2003, o Thiago Felipe me convidou para tocar para ele e a Ciça num show em Itapecerica da Serra e foi aí que a conheci. Em seguida, ela me convidou a substituir o viola Carlão que estava hospitalizado. Eu aceitei. Com o falecimento do Carlão, acabei assumindo o lugar dele. Daí veio a parceria musical onde eu acho que, tanto eu como ela aprendemos e crescemos muito com a união de forças. Dois anos depois, como ela estava separada do primeiro marido e eu da primeira esposa, acabamos por namorar e há três anos estamos casados. Da parceria musical vieram os três CDs e um DVD, as viagens para Portugal para divulgação dos nossos trabalhos e várias conquistas através de um trabalho luso-brasileiro. Em 2014, pretendo continuar cuidando da carreira minha e da Ciça na divulgação da música luso-brasileira.

BBP - Já atuou fora do Brasil?
S.B. - Estive em Portugal três vezes e em 2010 toquei com o Ricardo Araújo em Moscou.
***
Ciça Marinho e Sérgio Borges formam um casal talentoso. Desejamos a eles e a todos os brasileiros que cantam o fado, muito sucesso em suas trajetórias.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES MIGRANTES EXPRESSÕES FEMININAS DA CIDADANIA



O Encontro da Associação de Estudos da Mulher Migrante aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro, no Palácio das Necessidades, Largo do Rilvas, em Lisboa.

Este Encontro Mundial é organizado pela "Mulher Migrante Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade", com o patrocínio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
A Diretora Cultural do Clube Português, Maria dos Anjos Oliveira, entregou para as organizadoras do congresso, Dra. Maria Manuela Aguiar e Dra. Rita Gomes, um dossiê das atividades culturais da entidade em 2013 e as Láureas Luis de Camões, outorgadas pelo Clube Português.
Sobre o balanço e a importância deste Encontro, compartilhamos com nossos internautas o texto da Dra. Maria Manuela Aguiar, que nos foi enviado pela jornalista Eulália Moreno:
São 20 anos da "Mulher Migrante- Associação de Estudos, Cooperação e Solidariedade".
20 anos de intenso envolvimento na vida das comunidades da Diáspora, olhando a sua situação e o seu evoluir, através da acção, das perspectivas e projectos de mulheres, que estão, ainda quando não parecem estar, na base da sua construção e das suas profundas transformações.
20 anos de estudo: de apelo constante a um encontro de mundos, não muito fáceis de aproximar - o mundo do "saber de experiência feito" e o da investigação científica - que sempre, com excelentes resultados, procurámos pôr em diálogo nos numerosos congressos, colóquios, jornadas de reflexão, em que é pródigo este passado de duas décadas.
20 anos de cooperação e solidariedade com instituições de muitas comunidades e países e com sucessivos governos, no que poderemos chamar políticas de emigração, com uma componente fundamental de género..
Em Portugal, o embrião das políticas para a igualdade e promoção activa da cidadania, através da audição das mulheres da diáspora, vem de longe, da meia década de 80, podendo nós, por isso,  reclamar neste domínio um inquestionável pioneirismo, em termos europeus e universais -  mais um dos assomos de  vanguardismo com que o nosso País surpreende os outros, de vez em quando...
Mas foi preciso esperar pelo início do século XXI para podermos falar de políticas desenvolvidas com caracter sistemático, no cumprimento assumido, dentro e fora do País, das tarefas que o legislador constitucional impõe ao Estado para promover o aprofundamento da democracia, que passa necessariamente pela efectiva igualdade para as mulheres na vida da República, ou "res publica".
Julgo que podemos afirmar que e emergência de um novo ciclo de políticas para a igualdade, se abriu com os " Encontros para a Cidadania - a igualdade entre homens e mulheres"., realizados em diferentes regiões do mundo, entre 2004 e 2009, e agora continuados  em Encontros Mundiais de caracter periódico, numa parceria entre o Governo e a "sociedade civil", conforme o previsto na inédita Resolução nº 32/2010, proposta pelo então deputado pela Emigração José Cesário.
A AEMM, cujas fundadoras haviam estado, quase todas, na organização do 1º Encontro Mundial em 1985, ligou, de uma forma explícita, querida e afirmada, o seu destino a este processo histórico - e o tê-lo conseguido até ao presente reforça a vontade de se transcender em novas iniciativas e colaborações cívicas, levadas a cabo, como sempre aconteceu, em espírito de puro voluntariado e com o impulso de fortes convicções.
As políticas de género na emigração - e a AEMM pode bem testemunha-lo enquanto parceira de governos de diferentes quadrantes político partidários - são um exemplo de continuidade, de respeito pelos princípios constitucionais, vazados em boas práticas  - uma continuidade que é coisa rara em Portugal,  cuja vida pública é marcada pela tentação de destruir tudo o que vem do passado, por vezes até dentro do mesmo governo (com a simples mudança do titular da pasta), num quadro de permanente instabilidade, em rupturas e recomeços que significam tremendos desperdícios de meios e energias...
É, pois, muito bom poder, em contracorrente, prosseguir, com o Dr José Cesário, o trabalho encetado com o Dr. António Braga, com a Dra Maria Barroso. a Presidente  dos Encontros para a Cidadania, grande cidadã Portuguesa, que nos deu a honra de conosco tem estado, como inspiradora e aliada, desde o início.
20 anos, a perseguir a utopia igualitária! Utopia ainda, mas a permitir-nos falar em certezas de progresso, nas expressões femininas da cidadania, pondo em foco as suas realizações, nos múltiplos domínios em que interagem  com os homens no espaço nas comunidades do estrangeiro. Na verdade,  o todo das comunidades, os homens, como as mulheres, não estão ausentes das nossas preocupações, porque o equilíbrio que desejamos é necessariamente construído também com eles`.
É a emigração toda que está no horizonte das nossas preocupações nesta conjuntura dramática que atravessamos, perante um êxodo desmesurado em que as mulheres, pela primeira vez, ombreiam com os homens, e os trabalhadores menos qualificados, com o melhor da "inteligentzia" nacional...
Os movimentos migratórios actuais  criaram novos estereótipos. que levam à negaçãod a existência, ou, melhor, da coexistência de uma emigração de perfil tradicional, num eterno recomeço... Portugal é o País das migrações sem fim, como eu não deixei de lembrar nos tempos em que nascia a AEMM e em que a "classe política", se me posso permitir esta generalização, acreditava que a adesão à CEE, com a sua promessa de desenvolvimento imparável, pusera termo a um fenómeno até então considerado como inelutável...
Vamos agora, ao longo de dois dias de diálogo,  reflectir e falar  sobre a emigração feminina, sobre as jovens envolvidas no recomeço destas grandes vagas migratórias  e, igualmente, sobre as que têm já um longo percurso nas comunidades, questionando a relação entre género e formas de expressão na política, no associativismo, nas artes, na prática empresarial...
É ainda cedo para sabermos se os que partem deixam o País para trás, ou o levam consigo, se são "desistentes" ou "resistentes"...As mulheres terão a palavra para fazer prognósticos sobre o seu futuro no movimento para o futuro das comunidades, enquanto parte integrante da nação portuguesa em diáspora.
  
Capa do programa do Encontro

Interior do Palácio das Necessidades

Público presente a abertura do Encontro no dia 24 de outubro

Dra. Rita Gomes ao microfone

Dra. Maria Manuela Aguiar e Maria dos Anjos Oliveira

Dra. Maria Manuela Aguiar recebe a Láurea Luis de Camões do Clube
Português de São Paulo

Dra. Maria Manuela Aguiar recebe a Láurea Luis de Camões do Clube
Português de São Paulo

Maria dos Anjos Oliveira, deputada Maria João Ávila e Thais Matarazzo

Maria dos Anjos Oliveira, Thais Matarazzo e a deputada Maria João Ávila


Dra. Maria Manuela Aguiar e Maria dos Anjos Oliveira
Maria dos Anjos Oliveira e Dra. Rita Gomes


Maria dos Anjos Oliveira, Dra. Rita Gomes e Thais Matarazzo