Ciça Marinho e Sérgio Borges |
O Blog da Biblioteca do Clube Português, através da sua Diretora Cultural, Maria dos Anjos Oliveira, iniciará uma série de entrevistas com artistas e personalidades ligadas a cultura.
E para começar, trazemos para nossos internautas uma entrevista com o casal Ciça Marinho e Sérgio Borges, dois brasileiros que se dedicam ao Fado no Brasil. Ambos fazem parte da geração de intérpretes e músicos brasileiros, com descendência portuguesa, que defendem e continuam essa tradição musical fora de Portugal. Afinal a música não tem fronteiras e o Fado é considerado pela Unesco, desde 2011, Patrimônio Imaterial da Humanidade.
A fadista Ciça Marinho é uma artista muito querida na capital paulista, onde atua em vários casas típicas e shows por todo o Brasil. Portadora de alto astral, simpatia contagiante, carisma e voz potente. Ingredientes que garantem seu sucesso artístico! E é com ela que vamos iniciar nosso bate-papo.
Blog
Biblioteca Portuguesa - Nos conte como você ingressou no mundo da música portuguesa?
Ciça Marinho - Em abril de 1996 cantei num fado vadio no Restaurante Cais do Porto e ali estavam os proprietários (Bento e Sofia) de um restaurante que estava para inaugurar no mês de junho chamado O Castiço. Após minha apresentação me convidaram a fazer parte do elenco da casa. Assim iniciei minha carreira como cantora profissional, porém desde criança me apresentei em alguns programas de calouros como Silvio Santos, Edy Carlos e Canarinho, sempre cantando fado. Minha paixão pelo fado vem desde os quatro anos de idade quando ouvi Amália Rodrigues pela primeira vez.
BBP - Quantos Cd's você já lançou no Brasil? Também tem trabalhos lançados em Portugal?
Ciça Marinho - Em abril de 1996 cantei num fado vadio no Restaurante Cais do Porto e ali estavam os proprietários (Bento e Sofia) de um restaurante que estava para inaugurar no mês de junho chamado O Castiço. Após minha apresentação me convidaram a fazer parte do elenco da casa. Assim iniciei minha carreira como cantora profissional, porém desde criança me apresentei em alguns programas de calouros como Silvio Santos, Edy Carlos e Canarinho, sempre cantando fado. Minha paixão pelo fado vem desde os quatro anos de idade quando ouvi Amália Rodrigues pela primeira vez.
BBP - Quantos Cd's você já lançou no Brasil? Também tem trabalhos lançados em Portugal?
C.M. -
Foram três CDs e um DVD, sendo DVD e CD Ciça
Marinho Ao Vivo em 2006; Minhas
Raízes em 2008, que foi finalizado e apresentado em algumas rádios de
Portugal. E o último com participações de guitarristas portugueses e do fadista
Jorge Fernando, Além Mar, Além de Mim,
de 2012, cujo lançamento
contei com a participação dos fadistas Jorge Fernando e Fábia Rebordão.
BBP
- Como atual representante do Fado no Brasil, você acredita que a
geração de brasileiros que dedicam-se a música portuguesa em
nosso país tem chances de visibilidade e oportunidades artísticas?
C.M. -
Acredito que com um trabalho de qualidade e profissionalismo as oportunidades
possam surgir com certeza. Atualmente os fadistas portugueses estão investindo
muito
no Brasil para divulgação do fado o que, para nós, fadistas no Brasil, é um
momento importante para uma maior visibilidade do trabalho.
BBP- Qual a sua maior emoção como
artista?
C.M.
- Cantar as minhas raízes, como filha de portugueses, sempre foi
emocionante e contar com a parceria do meu marido e músico Sérgio Borges é
enriquecedor.
Outra emoção muito forte foi ser chamada de fadista em Portugal.
BBP- Tem novos projetos para 2014?
C.M.
- Muitos... Tenho alguns projetos em andamento no Brasil e para
fora, que acredito que com muito trabalho e dedicação passam ser concretizados. Ciça e Sérgio no restaurante Rancho 53, em São Paulo |
Tanto Ciça como Sérgio são colaboradores do Depto Cultural do Clube Português. Com assiduidade tomam parte das atividades culturais da entidade. Foram destaques da 1a. Feira Literária e Musical e no Sarau do Fado Vadio e pré-lançamento do livro Fado no Brasil: Artistas & Memórias, de Thais Matarazzo, ambos ocorridos no mês de setembro.
Agora é a vez de conversamos com Sérgio Borges e sabermos um pouco mais sobre sua carreira artística.
Blog Biblioteca Portuguesa - Qual foi seu primeiro contato com a música portuguesa?
Sérgio Borges - Foi através de meu tio, o violonista Bonfim, que trabalhava com o maestro Manuel Marques e também com o Grupo Folclórico Minhoto. A primeira vez foi até no "susto" pois, meu tio me ligou pedindo pra eu ir até a sede do Grupo Minhoto urgente que tinha um show em Santos e precisavam de um baixista. O problema é que, além de não conhecer o grupo, não conhecia nada de folclore (a não ser alguma coisa de Roberto Leal) e também nunca havia tocado baixo na vida. Meu instrumento era violão e o cavaquinho. Bom, mesmo assim fui confiando no meu tio e no meu ouvido musical. Depois desse show o Fernando Rachas (dono do grupo) me convidou a ensaiar e fazer parte da tocata. Isso foi em 1991.
Blog Biblioteca Portuguesa - Qual foi seu primeiro contato com a música portuguesa?
Sérgio Borges - Foi através de meu tio, o violonista Bonfim, que trabalhava com o maestro Manuel Marques e também com o Grupo Folclórico Minhoto. A primeira vez foi até no "susto" pois, meu tio me ligou pedindo pra eu ir até a sede do Grupo Minhoto urgente que tinha um show em Santos e precisavam de um baixista. O problema é que, além de não conhecer o grupo, não conhecia nada de folclore (a não ser alguma coisa de Roberto Leal) e também nunca havia tocado baixo na vida. Meu instrumento era violão e o cavaquinho. Bom, mesmo assim fui confiando no meu tio e no meu ouvido musical. Depois desse show o Fernando Rachas (dono do grupo) me convidou a ensaiar e fazer parte da tocata. Isso foi em 1991.
BBP - Quando começou a dedicar-se ao Fado?
S.B.
- Uns três meses depois de entrar para o Grupo Minhoto, o Trio
Manuel Marques ficou desfalcado de baixista, pois quem tocava era o neto do
maestro Manuel Marques que resolveu ir embora para Portugal. Acabei assumindo a
vaga dele, também por indicação do Bonfim, e depois disso entrei de vez na
música portuguesa e no fado acompanhando o trio e também todos os fadistas.
BBP - Além de tocar e acompanhar os fadistas, você é também compositor?
S.B. - Ainda não me arrisquei a compor mas penso em fazer alguma coisa em parceria com a Ciça Marinho.
BBP - Nos conte momentos interessantes sobre sua parceria musical com a Ciça Marinho.
S.B. - Um fato curioso é que até um mês antes de eu entrar no Rancho 53, em novembro de 2003, eu conhecia todos os artistas do fado menos a Ciça. Conhecia de ouvir falar, até porque o meu tio ensaiava com ela de vez em quando. Em outubro de 2003, o Thiago Felipe me convidou para tocar para ele e a Ciça num show em Itapecerica da Serra e foi aí que a conheci. Em seguida, ela me convidou a substituir o viola Carlão que estava hospitalizado. Eu aceitei. Com o falecimento do Carlão, acabei assumindo o lugar dele. Daí veio a parceria musical onde eu acho que, tanto eu como ela aprendemos e crescemos muito com a união de forças. Dois anos depois, como ela estava separada do primeiro marido e eu da primeira esposa, acabamos por namorar e há três anos estamos casados. Da parceria musical vieram os três CDs e um DVD, as viagens para Portugal para divulgação dos nossos trabalhos e várias conquistas através de um trabalho luso-brasileiro. Em 2014, pretendo continuar cuidando da carreira minha e da Ciça na divulgação da música luso-brasileira.
BBP - Já atuou fora do Brasil?
S.B.
- Estive em Portugal três vezes e em 2010 toquei com o Ricardo Araújo
em Moscou.
***
Ciça Marinho e Sérgio Borges formam um casal talentoso. Desejamos a eles e a todos os brasileiros que cantam o fado, muito sucesso em suas trajetórias.
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