Há 94 anos, no dia 14 de julho, nascia
na capital paulista o Clube Português, instalando sua sede em um palacete à Rua
Conselheiro Crispiniano, 11-A, próximo ao Theatro Municipal, onde permaneceria
até maio de 1926, quando foi transferido para o prédio J. Moreira na
confluência da Avenida São João com a Praça do Correio. Ali, o Clube
permaneceria por largos anos.
Visavam os fundadores, uma entidade que
reunisse não só os portugueses, mas também os seus ascendentes e os amigos
brasileiros, que reconheciam os inegáveis acertos da colonização portuguesa no
Brasil. Entre os objetivos dos fundadores estavam os encontros da família
luso-brasileira, as festas comemorativas das datas magnas de Portugal e Brasil.
Vários portugueses se desvelaram na
elaboração e cumprimentos dos Estatutos do Clube e um deles, foi inegavelmente
seu primeiro presidente o Comendador Antônio Pereira Ignácio.
Na longa existência desta tradicional
Instituição, destacam-se os programas de vários desportes nobres, dinamizando
igualmente suas atividades sócio-recreativas. Os bailes despertavam o maior
interesse, não só da comunidade lusa, mas da sociedade paulistana. Foi o Clube
a primeira entidade a organizar um grupo de “Danças Regionais”, hoje mais
conhecidos como “Grupos Folclóricos”. Além disso, foi o Clube Português o
primeiro ter um grupo orfeônico e a abrir espaço para o Fado através dos saraus
de guitarradas promovidos pelo prof. António Pires e da Srta. Maria Antônia da
Costa, filha de um dos fundadores do Clube, José Júlio da Costa Cabral.
Lugar de destaque também receberam os
programa artísticos culturais, desde a divulgação da problemática portuguesa
assim como a da brasileira, ou seja, o Clube Português sempre prestigiou o que
de mais importante houvesse nas Letras, Ciências e Artes de Portugal e Brasil.
O seu auditório recebeu figuras ilustres das duas pátrias, desde diplomatas,
políticos, literatos, artistas etc.
Foi com esse espírito cultural que em 9
de julho de 1929 surgiu a “Revista Portuguesa”, tendo como diretor geral o
arquiteto Ricardo Severo, diretor artístico o escultor Rodolpho Pinto do Couto
e diretor literário o professor José Marquez da Cruz. Neste periódico, foram
divulgados trabalhos literários, artísticos, históricos e científicos de alguns
dos mais destacados intelectuais da década de 1930. Posteriormente, em 1947,
foi lançado o jornal “Portugália”, que sobreviveu até 1955.
Com o espírito cultural bem definido por
seus Diretores, inaugurou-se em 13 de julho de 1929, nas dependências do Clube,
a “Biblioteca Portuguesa de São Paulo”, franqueada a todos quanto desejarem
consultá-la desde então. Atualmente, aberta de 2ª. a 6ª. Feiras, das 9h às
16h30.
Conta seu acervo com aproximadamente 15
mil volumes, incluindo obras raras, edições especiais de grandes obras como
Shakespeare, Camões, Dante Alighieri, Camilo Castelo Branco, Miguel de
Cervantes e outros. Por seu potencial significativo o Governo Português
reconheceu-a como de utilidade pública nos termos do Decreto nº. 23.450 de 10
de janeiro de 1934.
O Clube depois de ter permanecido longos
anos no prédio da Av. São João, nº
126, erigiu sua nova e atual sede, em 1968, à Rua Turiassú, nº 59, em linhas
modernas e arrojadas em três pavimentos, durante a presidência do Dr. Júlio
Izidro dos Santos.
O Governo Português condecorou, em 1954,
o Clube Português com o Grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.
Em 2010, quando a entidade completou 90
anos, na gestão do Dr. Rui Fernão Mota e Costa, foi lançado o livro “90 Anos do
Clube Português”, tendo como coordenador o professor e jornalista João Alves
das Neves.
Ao longo dos últimos anos o Clube vem
mantendo-se com múltiplos esforços das suas diretorias, visto ser cada vez
menor o corpo associativo, em virtude do fim do surto imigratório de
portugueses para o Brasil.
O Clube Português se mantém fiel as suas
raízes lusíadas, prestigiando Portugal e, simultaneamente, o Brasil, visando um
clima das mais belas e harmoniosas relações sociais e afetivas.
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Diretoria Clube Português 2013 |